O Cocktails & Mistura Fina
continua a dar evidência aos profissionais ligados ao mundo da gastronomia e
bar, que, pelas suas capacidades pessoais e profissionais contribuem para
dignificar a profissão.
Assim vou continuar a estar
desperto e sempre que possível divulgar o que de melhor se faz, em Portugal e
além-fronteiras, em prol do Bartending e da hospitalidade.
O
eleito do Cocktails & Mistura Fina, na Rubrica Com… é Daniel Horta,
Bartender / Formador Freelancer, Faro, Algarve.
Daniel
Horta, natural de Faro, aos 28 anos, evidência enorme grau de
profissionalismo, uma enorme determinação em progredir na profissão, apostando
no estudo, buscando o conhecimento sobre o vasto mundo das bebidas, da restauração
e da hospitalidade.
Tenho vindo a acompanhar o
percurso profissional de Daniel Horta,
o mesmo tem estado sempre atento às novas vertentes do mundo do bar, tem vindo
a participar nas mais variadas formações, palestras, Workshops e concursos,
onde se tem evidenciado, tendo como meta a sua evolução pessoal, cultural e
profissional.
Daniel
Horta no desempenho da sua função como profissional de bar e
formador, abraça o desígnio de cooperar com todos os que desejam evoluir na
profissão e proporcionar a excelência na qualidade de serviços aos seus
clientes, bem como proporcionar experiências e momentos inesquecíveis.
Daniel
Horta muito obrigado pela disponibilidade, para partilhares momentos da tua
vida profissional com os amantes do Bartending e seguidores do Cocktails &
Mistura Fina.
Daniel
Horta qual o teu local de trabalho?
Em novembro deste ano decidi
que estava na altura de dar um passo em frente e, então vou agora para outro
projeto na área da gestão também como Supervisor/Manager!
Derivado a minha ambição de
querer ser completo e aprender mais e mais neste momento a área da gestão de F&B fascina-me no qual
trabalho tanto com os vinhos tanto como no bar.
Daniel
Horta o Cocktails & Mistura Fina sabe da tua paixão e interesse pela formação,
fala-nos um pouco sobre o teu percurso?
O interesse pela formação
começou quando fui ajudar um amigo que me fez um convite para dar alguma
formação de como lidar com o cliente
num restaurante.
Mais tarde recebi o feedback
que foi bastante bom e foi bastante gratificante, voltei lá e dei mais 3
formações.
Então
decidi tirar o CAP e, após fui sempre dando algumas formações
enquanto trabalhava na minha atividade principal.
Visto que não tinha horário
para estar numa “escola” sempre dei formações on-line e, mas o que me
compensou mais foi sempre formações/consultoria,
em restaurantes e bares. Acho desafiante estudar cada conceito aprender
sobre ele e conseguir melhora-lo.
Mais tarde quando constituir
família pretendo dedicar-me a 100% a formação, no entanto não vou deixar de dar
a consultoria/formação.
Este
ano vou candidatar-me a uma escola como formador.
Chave
do meu sucesso deve se aos meus formadores, o impacto que tiveram
na minha vida não foi só a nível profissional tanto a nível pessoal.
“Cada
vez mais devemos apostar nos jovens e, esse será o caminho que sempre vou
escolher. Temos muitos diamantes perto de nós, cabe a nós que estamos na área lapida-los
e faze-los brilhar.”
Tenho orgulho no orgulho que os
formadores Rui Caetano e o Renato Pires têm em mim.
Esse é o sentimento que quero
ter para com os meus alunos, formandos e todos os espaços que tenho ajudado.
É isso que mais tarde vou
querer…ser reconhecido…
Daniel
Horta como começou o gosto pela profissão?
Vim para esta área com a inspiração de ver o Chef Gordon Ramsay
tanto que inicialmente pensei que seguiria cozinha, no entanto quando fui para
a escola de São Brás de Alportel a predisposição do Rui Caetano (meu primeiro formador) fez-me entrar no curso de restauração e bar onde tirei o 12º ano.
Qual
a tua formação a nível de bar?
Na escola de São Brás de
Alportel, foram 3 anos de aprendizagem
o gosto pela profissão e pelo bar em si começa quando vou estagiar para o hotel Hilton onde trabalhei no bar de
piscina e toda a atmosfera e o chamado “lodo” me fascinou.
Estava no bar, mas sabia-me a
pouco. Após esse ano fui para a Escola
de Hotelaria e Turismo do Algarve onde me formei em Gestão Hoteleira.
Entretanto estagiei no Restaurante
Bar Bovino, na Quinta do Lago, onde fui acompanhado pelo Jaime Montgomery, pelo Rafael Silva e, principalmente pelo Vivaldo
Queirós, na área de bar.
Daniel
Horta durante a tua atividade profissional em que outros locais desenvolveste o
teu trabalho?
Quando terminei o meu curso de
Restaurante / Bar, fui trabalhar
para o Campo de Golfe Benamor, onde
já trabalhava aos fins de semana, onde trabalhei durante 1 ano.
Enquanto estudava fui sempre
trabalhando na área…
Notei que existia algumas
lacunas a nível vínico (mundo dos vinhos) e foi então que voltei para o Restaurante Bar Bovino, na Quinta do Lago,
onde trabalhei 3 anos, com o Miguel
Martins e, assim foi crescendo a minha carreira.
Tirei também o curso de
formação de formadores e fui dando
algumas formações.
Em maio de 2021 eu e o Miguel, abrimos o Umami Asian Restaurant, Robata Grill & Cocktails, em Almancil, ele
como gerente e, eu como sub-gerente,
projeto que terminou recentemente.
Em breve vou abraçar outro projeto na área da gestão do F&B também como Supervisor/Manager!
Daniel
Horta qual opinião sobre a profissão de Barman /Barmaid/Bartender?
O Bar para mim é como uma
troca de experiências e vivências, pois em cada cocktail feito seja para um
cliente seja para um amigo existe sempre uma história. Acho que não existe um
único cocktail que seja feito por fazer e essa troca de experiências de vida é
a verdadeira mixologia.
Qual
a tua opinião sobre a presença dos Bartenders Portugueses pelo mundo?
A nível nacional tenho muito gosto dos colegas
que tenho, temos os melhores dos melhores, acho que Portugal tem feito um
trabalho excelente la fora.
Acho que todos os anos temos
vitórias não de troféus, mas de marcos no estrangeiro, tanto a nível clássico
como o de flair onde existe uma pessoa que me ensina bastante de uma humildade
e conhecimento fora de série que é o Jorge
Coelho. É um campeão mundial exemplar.
Daniel
Horta como tem sido a experiência em participar nos Concursos de Cocktails?
Os concursos de cocktails para
mim foi o que me fizeram continuar ligado ao bar mesmo quando comecei a estudar
mais os vinhos e gestão.
A participação no primeiro
concurso de cocktails aconteceu após 1 ano de formação e venci. Daí então a
motivação foi enorme e a sensação do troféu de primeiro lugar a representar São
Brás de Alportel, onde fui acolhido foi simplesmente inexplicável.
No último ano de estudo fui ao
Concurso Regional da Associação de Barmen
do Algarve e fui apurado para o Nacional, mas como ainda era aluno não
podia ir (regra na altura).
Levei alguma “porrada”, mas
aprendi muito e fui sempre acompanhado de pessoas que me ajudaram sempre.
O grande boom foi quando
fiquei em 3º lugar no Concurso Nacional, promovido pela Associação Barmen de
Portugal e, fui apurado para o Campeonato de Cocktails, em Taiwan, no entanto
foi no ano que começou o covid e não pude ir.
Quais
classificações que destacas?
Este
último ano foi o melhor de sempre a nível de carreira e de bar.
Tenho vindo a participar em
vários concursos de cocktails, no entanto nos últimos 6 concursos consegui
classificações de destaque, tais como:
Um 2º lugar no concurso, “caixa
mistério”;
Dois 3º lugares;
Venci três concursos;
1º lugar no evento da Garcias,
no Algarve);
Na Associação de Barmen do
Algarve venci:
O concurso na modalidade de
Long Drink e o último na categoria de Short Seco.
Cada vez mais estou com garra
para ir mais além e nunca pretendo deixar os concursos. Ainda sonho em ir representar o meu país la fora.
Daniel
Horta qual o "Cocktail" clássico preferido?
O meu cocktail clássico
favorito é o Expresso Martini. Para um amante de café, é claro que cada um tem
o seu twist, mas nada bate o Expresso Martini preparado pelo Vivaldo Queirós.
A
Vodka infusionada com baunilha dá-lhe o toque especial.
Qual
a composição de bar que mais gosta de preparar?
O cocktail que eu gosto mais
de fazer é o Negroni.
Negroni
Ingredientes:
3 cl de Gin
3 cl de Vermute Rosso
3 cl de Campari,
Método
de preparação:
Feito com a técnica em “throwing”.
Daniel
Horta o Blogue Cocktails & Mistura Fina sabe que a tua criatividade não tem
limites, assim gostava que partilhasses 3 receitas de "Cocktails" da
tua autoria com os nossos seguidores e amantes dos Cocktails.
Muito
obrigado pela oportunidade, é para mim um privilegio partilhar 3 cocktails que
escolho como “São Marcos” na minha
carreira, no Cocktails & Mistura
Fina. Espero que gostem…
O
primeiro cocktail que vou partilhar é o referente á minha primeira vitória num
concurso na modalidade de Short Doce.
Breve
história…
O seu nome é Chocolate Sky, foi criado numa aula,
com o Formador Rui Caetano, onde nos
foi pedido para escolher sabores, eu que adorava as bolachas de chocolate e
sumo de laranja pareceu-me bem.
No entanto e com muita pouca
experiência o Rui Caetano ensinou-me a equilibrar as doses e foi um sucesso.
Chocolate
Sky by Daniel Horta
Ingredientes:
4 cl de Vodka
2 cl de Triple Sec
2 cl de Xarope de Cookies
QB de Natas aromatizadas com
laranja (Top no final)
Método
de preparação:
Adicionar os
ingredientes no Shaker, exceto as natas, juntar gelo consistente.
Agitar.
Verter para
uma taça a cocktail previamente arrefecida.
Adicionar as Natas aromatizadas
com laranja (QB) por cima para cortar o doce. embora seja uma bebida digestiva.
Servida numa
taça a cocktail.
Decorar com chocolate negro em pó por cima das
natas.
O segundo cocktail foi o que
me levou ao Concurso Nacional, da Associação Barmen de Portugal, que se chama “Smokey Passion”.
Breve
história…
Foi a minha primeira
participação na categoria short seco, no entanto quis equilibrar o cocktail,
mas a intensidade devia ser secura e não acidez, então o Vinho da Madeira de
casta Sercial foi a estrela, assim como o Rum fumado.
O fumo na bebida lembrava
quando o meu avô fumava na varanda, quando provava a bebida voltava á história,
em 1998, quanto tinha 3 anos, eu sentado ao pé do meu avô e ele a contar a sua
história.
Smokey
Passion by Daniel Horta
Ingredientes:
4cl de Rum fumado
1 cl de Vinho de Madeira Seco
(Sercial)
2 cl de Sumo de Lima
1 cl de Vermute Extra Dry
QB Folhas de chá preto fumado
Método
de preparação:
Feito
no shaker com folhas de chá preto fumado, adicionar os ingredientes, juntar
gelo.
Filtrar.
Servido em taça a cocktail.
Decorado com
gengibre, uma flor em nabo, lima, estrela feita de cenoura e uma vagem de
baunilha.
O terceiro e último cocktail o
“Gonçalo Assunção”, é uma pequena
recordação da minha formação. na Escola
de São Brás de Alportel, e da minha vitória no Concurso da Garcias.
Breve
história…
Este cocktail tem uma ligação
bastante emocional, era uma caixa mistério e a final do concurso, onde tínhamos
10 minutos para escolher os ingredientes.
Dei ao cocktail o nome de “Gonçalo Assunção”, um dos meus melhores
amigos que nos deixou mais cedo que o esperado.
O Gonçalo era de São Brás, a amêndoa entra, quando
saímos o Gonçalo bebia gin, o pepino era devido ao perfect serve e a lima era
simplesmente para equilibrar o cocktail.
Visto que estávamos no Verão
decidi alongar o cocktail.
E
assim brilhou o “Gonçalo Assunção”.
“Gonçalo Assunção”
Ingredientes:
4 cl de Gin
2 cl de Sumo de Lima
1 cl de Xarope de Pepino
1 cl de Xarope de Amêndoa
Água Tónica (No final
preencher)
Método
de preparação:
Adicionar os
ingredientes no Shaker, exceto a tonica, juntar gelo consistente.
Agitar.
Verter
para
o copo On the Rocks.
Alongado com
água tónica.
Decorar com zeste de lima.
Qual a bebida preferida?
Neste momento a minha bebida
favorita de trabalhar é a Tequilla. Inicialmente não gostava, mas houve algumas
fases, nomeadamente do gin e do rum, no entanto acho a Tequilla fascinante e dá
para trabalhar de diversas formas.
Na
tua opinião qual a tendência a nível de cocktails para 2024?
Eu acho que em 2024 e, mesmo na
atualidade é comum dos Bartenders saberem que menos é mais, e que por vezes
existem lugares e momentos certos para cada mistura.
O melhor cocktail é o que o cliente
pede. Mesmo que para um Bartender não seja nada de especial. O que vende é o
melhor cocktail!
E
acho que a simplicidade e a chave do sucesso.
Como
vês o momento do mundo do bar em Portugal?
Portugal está cada vez mais
avançado e estamos com mais público para poder inovar. A recetibilidade cada
vez é melhor e o próprio respeito pelo profissionalismo também está diferente.
Acho que a indústria tende a valorizar-se cada vez mais.
Qual
o Barman que mais admiras? Ou que serve como referência?
Eu vou aproveitar este bocado para
agradecer aos Bartenders, profissionais que admiro.
Existem
3 referências para mim que são óbvias: Renato Pires, Rui Caetano e Vivaldo Queirós.
A Ana Camacho, Filipe Sustelo,
Fábio Madeira, José Guerreiro, Bruno Guerreiro, Jorge Coelho, Nelson Matos,
Jaime Montgomery, Rafael Silva, Miguel Martins, Francisco Branco, David
Figueira, Rui Joaquim, João Encarnacão, aos meus discípulos Jair Ramos e
Fabiana Graça, aprendemos sempre com os mais novos, são colegas que considero
meus companheiros.
Têm
sempre uma palavra profissional e motivadora.
“Por fim agradeço ao meu pai, a minha mãe e ao meu irmão que são a minha família, e que são os ingredientes secretos para o sucesso da minha vida.”
Finalmente agradeço ao
Francisco Guerreiro pela honra desta partilha de conhecimentos e vivências, e
sim sei que foquei vários nomes, mas ninguém vence sozinho. Nem o Ronaldo se
tornou o melhor do mundo sozinho.
Daniel
Horta o Cocktails & Mistura Fina, agradece a colaboração e faz votos de
sucesso pessoal, profissional e particular de muita saúde.
Sem comentários:
Enviar um comentário