segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

O eleito do Cocktails & Mistura Fina, na Rubrica Com… é Daniel Horta, Bartender / Formador Freelancer, Faro, Algarve.

O Cocktails & Mistura Fina continua a dar evidência aos profissionais ligados ao mundo da gastronomia e bar, que, pelas suas capacidades pessoais e profissionais contribuem para dignificar a profissão.

Assim vou continuar a estar desperto e sempre que possível divulgar o que de melhor se faz, em Portugal e além-fronteiras, em prol do Bartending e da hospitalidade.

O eleito do Cocktails & Mistura Fina, na Rubrica Com… é Daniel Horta, Bartender / Formador Freelancer, Faro, Algarve.

Daniel Horta, natural de Faro, aos 28 anos, evidência enorme grau de profissionalismo, uma enorme determinação em progredir na profissão, apostando no estudo, buscando o conhecimento sobre o vasto mundo das bebidas, da restauração e da hospitalidade.

Tenho vindo a acompanhar o percurso profissional de Daniel Horta, o mesmo tem estado sempre atento às novas vertentes do mundo do bar, tem vindo a participar nas mais variadas formações, palestras, Workshops e concursos, onde se tem evidenciado, tendo como meta a sua evolução pessoal, cultural e profissional.

Daniel Horta no desempenho da sua função como profissional de bar e formador, abraça o desígnio de cooperar com todos os que desejam evoluir na profissão e proporcionar a excelência na qualidade de serviços aos seus clientes, bem como proporcionar experiências e momentos inesquecíveis.

Daniel Horta muito obrigado pela disponibilidade, para partilhares momentos da tua vida profissional com os amantes do Bartending e seguidores do Cocktails & Mistura Fina.

Daniel Horta qual o teu local de trabalho?

Em novembro deste ano decidi que estava na altura de dar um passo em frente e, então vou agora para outro projeto na área da gestão também como Supervisor/Manager!

Derivado a minha ambição de querer ser completo e aprender mais e mais neste momento a área da gestão de F&B fascina-me no qual trabalho tanto com os vinhos tanto como no bar.

Daniel Horta o Cocktails & Mistura Fina sabe da tua paixão e interesse pela formação, fala-nos um pouco sobre o teu percurso?

O interesse pela formação começou quando fui ajudar um amigo que me fez um convite para dar alguma formação de como lidar com o cliente num restaurante.

Mais tarde recebi o feedback que foi bastante bom e foi bastante gratificante, voltei lá e dei mais 3 formações.

Então decidi tirar o CAP e, após fui sempre dando algumas formações enquanto trabalhava na minha atividade principal.

Visto que não tinha horário para estar numa “escola” sempre dei formações on-line e, mas o que me compensou mais foi sempre formações/consultoria, em restaurantes e bares. Acho desafiante estudar cada conceito aprender sobre ele e conseguir melhora-lo.

Mais tarde quando constituir família pretendo dedicar-me a 100% a formação, no entanto não vou deixar de dar a consultoria/formação.

Este ano vou candidatar-me a uma escola como formador.

Chave do meu sucesso deve se aos meus formadores, o impacto que tiveram na minha vida não foi só a nível profissional tanto a nível pessoal.

“Cada vez mais devemos apostar nos jovens e, esse será o caminho que sempre vou escolher. Temos muitos diamantes perto de nós, cabe a nós que estamos na área lapida-los e faze-los brilhar.”

Tenho orgulho no orgulho que os formadores Rui Caetano e o Renato Pires têm em mim.

Esse é o sentimento que quero ter para com os meus alunos, formandos e todos os espaços que tenho ajudado.

É isso que mais tarde vou querer…ser reconhecido…

Daniel Horta como começou o gosto pela profissão?

Vim para esta área com a inspiração de ver o Chef Gordon Ramsay tanto que inicialmente pensei que seguiria cozinha, no entanto quando fui para a escola de São Brás de Alportel a predisposição do Rui Caetano (meu primeiro formador) fez-me entrar no curso de restauração e bar onde tirei o 12º ano.

Qual a tua formação a nível de bar?

Na escola de São Brás de Alportel, foram 3 anos de aprendizagem o gosto pela profissão e pelo bar em si começa quando vou estagiar para o hotel Hilton onde trabalhei no bar de piscina e toda a atmosfera e o chamado “lodo” me fascinou.

Estava no bar, mas sabia-me a pouco. Após esse ano fui para a Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve onde me formei em Gestão Hoteleira.

Entretanto estagiei no Restaurante Bar Bovino, na Quinta do Lago, onde fui acompanhado pelo Jaime Montgomery, pelo Rafael Silva e, principalmente pelo Vivaldo Queirós, na área de bar.

Daniel Horta durante a tua atividade profissional em que outros locais desenvolveste o teu trabalho?

Quando terminei o meu curso de Restaurante / Bar, fui trabalhar para o Campo de Golfe Benamor, onde já trabalhava aos fins de semana, onde trabalhei durante 1 ano.

Enquanto estudava fui sempre trabalhando na área…

Notei que existia algumas lacunas a nível vínico (mundo dos vinhos) e foi então que voltei para o Restaurante Bar Bovino, na Quinta do Lago, onde trabalhei 3 anos, com o Miguel Martins e, assim foi crescendo a minha carreira.

Tirei também o curso de formação de formadores e fui dando algumas formações.

Em maio de 2021 eu e o Miguel, abrimos o Umami Asian Restaurant, Robata Grill & Cocktails, em Almancil, ele como gerente e, eu como sub-gerente, projeto que terminou recentemente.

Em breve vou abraçar outro projeto na área da gestão do F&B também como Supervisor/Manager!

Daniel Horta qual opinião sobre a profissão de Barman /Barmaid/Bartender?

O Bar para mim é como uma troca de experiências e vivências, pois em cada cocktail feito seja para um cliente seja para um amigo existe sempre uma história. Acho que não existe um único cocktail que seja feito por fazer e essa troca de experiências de vida é a verdadeira mixologia.

Qual a tua opinião sobre a presença dos Bartenders Portugueses pelo mundo?

 A nível nacional tenho muito gosto dos colegas que tenho, temos os melhores dos melhores, acho que Portugal tem feito um trabalho excelente la fora.

Acho que todos os anos temos vitórias não de troféus, mas de marcos no estrangeiro, tanto a nível clássico como o de flair onde existe uma pessoa que me ensina bastante de uma humildade e conhecimento fora de série que é o Jorge Coelho. É um campeão mundial exemplar.

Daniel Horta como tem sido a experiência em participar nos Concursos de Cocktails?

Os concursos de cocktails para mim foi o que me fizeram continuar ligado ao bar mesmo quando comecei a estudar mais os vinhos e gestão.

A participação no primeiro concurso de cocktails aconteceu após 1 ano de formação e venci. Daí então a motivação foi enorme e a sensação do troféu de primeiro lugar a representar São Brás de Alportel, onde fui acolhido foi simplesmente inexplicável.

No último ano de estudo fui ao Concurso Regional da Associação de Barmen do Algarve e fui apurado para o Nacional, mas como ainda era aluno não podia ir (regra na altura).

Levei alguma “porrada”, mas aprendi muito e fui sempre acompanhado de pessoas que me ajudaram sempre.

O grande boom foi quando fiquei em 3º lugar no Concurso Nacional, promovido pela Associação Barmen de Portugal e, fui apurado para o Campeonato de Cocktails, em Taiwan, no entanto foi no ano que começou o covid e não pude ir.

Quais classificações que destacas?

Este último ano foi o melhor de sempre a nível de carreira e de bar.

Tenho vindo a participar em vários concursos de cocktails, no entanto nos últimos 6 concursos consegui classificações de destaque, tais como:

Um 2º lugar no concurso, “caixa mistério”;

Dois 3º lugares;

Venci três concursos;

1º lugar no evento da Garcias, no Algarve);

Na Associação de Barmen do Algarve venci:

O concurso na modalidade de Long Drink e o último na categoria de Short Seco.

Cada vez mais estou com garra para ir mais além e nunca pretendo deixar os concursos. Ainda sonho em ir representar o meu país la fora.

Daniel Horta qual o "Cocktail" clássico preferido?

O meu cocktail clássico favorito é o Expresso Martini. Para um amante de café, é claro que cada um tem o seu twist, mas nada bate o Expresso Martini preparado pelo Vivaldo Queirós.

A Vodka infusionada com baunilha dá-lhe o toque especial.

Qual a composição de bar que mais gosta de preparar?

O cocktail que eu gosto mais de fazer é o Negroni.

Negroni

Ingredientes:

3 cl de Gin

3 cl de Vermute Rosso

3 cl de Campari,

Método de preparação:

Feito com a técnica em “throwing”.

Daniel Horta o Blogue Cocktails & Mistura Fina sabe que a tua criatividade não tem limites, assim gostava que partilhasses 3 receitas de "Cocktails" da tua autoria com os nossos seguidores e amantes dos Cocktails.

Muito obrigado pela oportunidade, é para mim um privilegio partilhar 3 cocktails que escolho como “São Marcos” na minha carreira, no Cocktails & Mistura Fina. Espero que gostem…

O primeiro cocktail que vou partilhar é o referente á minha primeira vitória num concurso na modalidade de Short Doce.

Breve história…

O seu nome é Chocolate Sky, foi criado numa aula, com o Formador Rui Caetano, onde nos foi pedido para escolher sabores, eu que adorava as bolachas de chocolate e sumo de laranja pareceu-me bem.

No entanto e com muita pouca experiência o Rui Caetano ensinou-me a equilibrar as doses e foi um sucesso.

Chocolate Sky by Daniel Horta

Ingredientes:

4 cl de Vodka

2 cl de Triple Sec

2 cl de Xarope de Cookies

QB de Natas aromatizadas com laranja (Top no final)

Método de preparação:

Adicionar os ingredientes no Shaker, exceto as natas, juntar gelo consistente.

Agitar.

Verter para uma taça a cocktail previamente arrefecida.

Adicionar as Natas aromatizadas com laranja (QB) por cima para cortar o doce. embora seja uma bebida digestiva.

Servida numa taça a cocktail.

Decorar com chocolate negro em pó por cima das natas.

O segundo cocktail foi o que me levou ao Concurso Nacional, da Associação Barmen de Portugal, que se chama “Smokey Passion”.

Breve história…

Foi a minha primeira participação na categoria short seco, no entanto quis equilibrar o cocktail, mas a intensidade devia ser secura e não acidez, então o Vinho da Madeira de casta Sercial foi a estrela, assim como o Rum fumado.

O fumo na bebida lembrava quando o meu avô fumava na varanda, quando provava a bebida voltava á história, em 1998, quanto tinha 3 anos, eu sentado ao pé do meu avô e ele a contar a sua história.

Smokey Passion by Daniel Horta

Ingredientes:

4cl de Rum fumado

1 cl de Vinho de Madeira Seco (Sercial)

2 cl de Sumo de Lima

1 cl de Vermute Extra Dry

QB Folhas de chá preto fumado

Método de preparação:

Feito no shaker com folhas de chá preto fumado, adicionar os ingredientes, juntar gelo.

Filtrar.

Servido em taça a cocktail.

Decorado com gengibre, uma flor em nabo, lima, estrela feita de cenoura e uma vagem de baunilha.

O terceiro e último cocktail o “Gonçalo Assunção”, é uma pequena recordação da minha formação. na Escola de São Brás de Alportel, e da minha vitória no Concurso da Garcias.

Breve história…

Este cocktail tem uma ligação bastante emocional, era uma caixa mistério e a final do concurso, onde tínhamos 10 minutos para escolher os ingredientes.

Dei ao cocktail o nome de “Gonçalo Assunção”, um dos meus melhores amigos que nos deixou mais cedo que o esperado.

O Gonçalo era de São Brás, a amêndoa entra, quando saímos o Gonçalo bebia gin, o pepino era devido ao perfect serve e a lima era simplesmente para equilibrar o cocktail.

Visto que estávamos no Verão decidi alongar o cocktail.

E assim brilhou o “Gonçalo Assunção”.

Gonçalo Assunção”

Ingredientes:

4 cl de Gin

2 cl de Sumo de Lima

1 cl de Xarope de Pepino

1 cl de Xarope de Amêndoa

Água Tónica (No final preencher)

Método de preparação:

Adicionar os ingredientes no Shaker, exceto a tonica, juntar gelo consistente.

Agitar.

Verter para o copo On the Rocks.

Alongado com água tónica.

Decorar com zeste de lima.

Qual a bebida preferida?

Neste momento a minha bebida favorita de trabalhar é a Tequilla. Inicialmente não gostava, mas houve algumas fases, nomeadamente do gin e do rum, no entanto acho a Tequilla fascinante e dá para trabalhar de diversas formas.

Na tua opinião qual a tendência a nível de cocktails para 2024? 

Eu acho que em 2024 e, mesmo na atualidade é comum dos Bartenders saberem que menos é mais, e que por vezes existem lugares e momentos certos para cada mistura.

O melhor cocktail é o que o cliente pede. Mesmo que para um Bartender não seja nada de especial. O que vende é o melhor cocktail!

E acho que a simplicidade e a chave do sucesso.

Como vês o momento do mundo do bar em Portugal?

Portugal está cada vez mais avançado e estamos com mais público para poder inovar. A recetibilidade cada vez é melhor e o próprio respeito pelo profissionalismo também está diferente. Acho que a indústria tende a valorizar-se cada vez mais.

Qual o Barman que mais admiras? Ou que serve como referência?

Eu vou aproveitar este bocado para agradecer aos Bartenders, profissionais que admiro.

Existem 3 referências para mim que são óbvias: Renato Pires, Rui Caetano e Vivaldo Queirós.

A Ana Camacho, Filipe Sustelo, Fábio Madeira, José Guerreiro, Bruno Guerreiro, Jorge Coelho, Nelson Matos, Jaime Montgomery, Rafael Silva, Miguel Martins, Francisco Branco, David Figueira, Rui Joaquim, João Encarnacão, aos meus discípulos Jair Ramos e Fabiana Graça, aprendemos sempre com os mais novos, são colegas que considero meus companheiros.

Têm sempre uma palavra profissional e motivadora.

“Por fim agradeço ao meu pai, a minha mãe e ao meu irmão que são a minha família, e que são os ingredientes secretos para o sucesso da minha vida.”

Finalmente agradeço ao Francisco Guerreiro pela honra desta partilha de conhecimentos e vivências, e sim sei que foquei vários nomes, mas ninguém vence sozinho. Nem o Ronaldo se tornou o melhor do mundo sozinho.

Daniel Horta o Cocktails & Mistura Fina, agradece a colaboração e faz votos de sucesso pessoal, profissional e particular de muita saúde.

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