terça-feira, 29 de outubro de 2019

Pedro Duarte, Head Bartender, no Mescla | Restaurante Bar, no Porto, vence o concurso Ibérico “Patrón Perfectionists”.


Pedro Duarte, jovem de 26 anos, Head Bartender, no Mescla | Restaurante Bar, no Porto, um apaixonado pela hospitalidade e pelo mundo do bar, venceu o concurso Ibérico “Patrón Perfectionists”.


O concurso decorreu, em Barcelona, onde Pedro Duarte, não deixou os seus créditos em mãos alheias, tendo cativado os jurados, com uma prova de alto nível, que honra os profissionais de bar Portugueses. Com este feito irá representar, Portugal e Espanha, como vencedor Ibérico, no concurso “Patrón Perfectionists” que, irá ter lugar, no México.


Pedro Duarte, muitos parabéns e votos de sucesso pessoal e profissional, que tua presença no México seja coroada de êxito. É sem dúvida um privilégio para Cocktails & Mistura Fina ter-te nesta breve entrevista. Muito obrigado por aceitares partilhar momentos da tua vida, com os seguidores deste Blogue, neste meu e vosso, espaço.


Pedro Duarte, qual o teu local de trabalho?

O meu local de trabalho é no Mescla | Restaurante Bar, no Porto.

Qual a função que desempenhas?

Desempenho a função de Head Bartender.


Pedro Duarte, qual a tua formação a nível de bar?

Em termos de formação estudei Gestão Hoteleira - restauração e bebidas, na Escola de hotelaria e turismo do Porto, mas foi através de workshops e a partilha do bar com o Tiago Moreira que me formei.


Pedro Duarte, o Blogue Cocktails & Mistura Fina gostava que partilhasses a receita do "Cocktail" da tua autoria, com a qual venceste o concurso Ibérico “Patrón Perfectionists” com os seguidores e amantes dos Cocktails.

Claro que sim, com todo prazer, muito obrigado pela divulgação do meu trabalho e percurso profissional.


Nau é o nome do cocktail. Este cocktail que me vai levar ao México chama-se ‘Nau’ e é inspirado na cultura portuguesa assim como numa grande história de amor passada há mais de 50 anos.


Nau by Pedro Duarte

Ingredientes:

50 ml Patrón Silver
20 ml Vinho do Porto branco Extra Seco
30 ml cordial de curcuma
15 ml vinagrete de coentros
30 ml aquafaba


Método de preparação: dry shake, shake, double strain.

Colocar todos os ingredientes no shaker, efectuar um Dry shake e shake. Double strain em copo alto.

Colocar o selo comestível sobre o copo e apresentar com as flores de algodão de jambu.


Decoração: selo comestível no topo do cocktail

Flores de algodão de jambu


Pedro Duarte, qual a tua opinião sobre a profissão de Barman|Barmaid| Bartender?

É uma profissão apaixonante de muita dedicação e luta. Existe cada vez mais esta “necessidade” em saber mais, em procurar mais, em experiênciar mais, em provocar mais... a criatividade, o rigor, a procura infinita pela criação de experiências. Uma profissão que cada vez mais é um exemplo de bem receber. Somos storytellers, somos guias, somos no fundo experiências.


Qual a tua opinião sobre a participação no Concurso?

O meu foco foi sempre em ganhar a final Ibérica e ir ao México. Disse ao chefe Semedo na noite anterior que ia preparado para tudo menos para a derrota. A todo o custo? Não. Sabia que tinha de trabalhar muito e depois de vencer a final portuguesa percebi que a fasquia teria de ser elevada. O nível em Portugal tinha sido altíssimo. Estudei bem o concurso, mas não me limitei a seguir as “regras”, surpreendi, entusiasmei e tudo isso porque existiu muito trabalho na preparação. 10 minutos antes de iniciar a minha apresentação pensei em recuar em algo que tinha preparado por achar que não devia arriscar e jogar pelo seguro, porém essa ideia felizmente não passou disso. Fiz tudo o que tinha planeado e simplesmente correu da melhor forma. É verdade que ganhei, mas mais importante do que isso foi o sentimento de dever cumprido. Foi sentir que aquilo que dei foi aquilo que de facto me propôs e trabalhei para. O resultado foi magnífico e apesar de estar muito feliz, ainda tenho dificuldades em acreditar que é real.


A competição chama-se “perfectionists” e isso foi o que eu procurei fazer na minha apresentação, melhorar, que cada detalhe fizesse sentido, que cada momento fosse bem executado. Importante dizer que isto não foi um trabalho individual. Pedi ajuda, pedi opinião, ouvi aquilo que não perguntei e mudei, repensei. No fim o resultado foi o qual eu sempre quis.


Quais os objetivos para a final mundial?

Não vou apenas representar Portugal ao México, levo as costas o peso também de representar Espanha, sítio de onde saiu o último vencedor da competição.

Aquilo que me comprometo é de trabalhar muito. A minha apresentação será melhor executada, alvo de análise e de crítica porque apesar de saber que esta experiência é de uma vida e que a tenho de aproveitar muito bem, a verdade é que este rigor que aplico todos os dias no meu trabalho não me vai deixar fugir daquilo que é a minha ambição. Vou ao México com tudo para continuar a mostrar ao mundo o lindo trabalho que, tem sido feito, em Portugal.


Como viste a participação dos Barmen Portugueses na final Ibérica?

A final ibérica foi a prova de que continuamos a crescer. O nível dos portugueses presentes foi altíssimo. Na verdade o João Resende, o Bernardo Rodrigues e o Diogo Maia simplesmente conquistaram Barcelona por breves momentos.


Quanto ao futuro?

Devemos continuar a trabalhar, investindo na nossa formação. Só podemos continuar a crescer se existir cooperação e humildade. Devemos muito a pessoas como ao próprio Sr. Francisco Guerreiro que tanto têm feito por esta linda indústria que é bar.


Que conselho deixas?

Que nunca nos devemos esquecer de onde viemos porque nas nossas veias corre sangue de conquistadores (Já fomos donos do mundo) mas é muito importante pensar para onde vamos.
O meu muito obrigado!

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